DE TANTA EMBRIAGUEZ...
DE TANTOS SONHOS...
O QUE NOS RESTOU ?
QUE MARCAS FICOU ?
UMA TRISTE E VIVÍSSIMA SAUDADE...
ESSA AO MENOS O TEMPO NÃO LEVOU...

Um comentário:

  1. Fecho os olhos de saudades;
    quando penso nos tempos de outrora.

    Passam dias e meses a fio.
    E o meu canto está gelado e frio.
    Tenho visto muita coisa,
    menos a felicidade!

    Soltam-se os meus dedos ristes,
    dos sonhos claros que invento.
    Nem aquilo que imagino,
    já me dá contentamento.

    Tua presença me aquece e me acalma.
    Tua companhia me acalanta a alma.
    E na saudade o peito implora.

    Vamos a passos e de longe;
    entre nós dois anda o mundo,
    com alguns mortos pelo fundo.
    As aves trazem mentiras.
    Por mais que alargue as pupilas,
    mais dúvidas se alardiam, neste tempo que se anuvia.

    O tempo passa depressa.
    E com ele passam os fatos.
    Na esperança que antes clamava em sua teogonia.

    Também não pretendo nada.
    Senão ir andando à toa,
    como um número que se arma
    e em seguida se esboroa,
    - e cair no mesmo poço.
    De inércia e de esquecimento,
    onde o fim do tempo soma
    pedras, águas e pensamentos...

    A minha palavra é
    pelo sabor que tu impuseste:
    mesmo quando linda, estais amargas.
    Como qualquer fruto agreste.
    Mesmo assim amarga!
    É tudo o que tenho, entre o sol e o vento:
    Minha roupa, minha música, meu sonho e meu alimento.

    E nesta saudade o peito implora.
    A saudade de vívidos tempos.
    De dor e agonia do ausente.
    E que a ausência não dá paz.
    Num anseio que no peito aflora.
    Neste desejo de te ver que me devora.

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